segunda-feira, fevereiro 21, 2011

One Tree Hill


Através de uma amiga redescobri um amor antigo, o primeiro seriado que acompanhei de verdade. lembro de acordar "cedo" todo domingo só pra ouvir "I don't wanna be". Ah, como eu gostava da abertura! Aquela mesma fórmula de sucesso de sempre mexia comigo, as mensagens no final, que na época eu era muito bobinha pra entender a profundidade. E rendeu história, até na vida real, eu era chamada de Haley de vez enquando e até hoje enxergo "nele" o Nathan. A ingenuidade do nosso relacionamento era a mesma.
Sabe, é tão difícil escolher o personagem preferido: Lucas e sua sensibilidade, Peyton e sua fragilidade causada pela solidão, Nathan sempre tão super-homem, Brooke querendo fazer todo mundo feliz... São oito temporadas por enquanto e você vê o crescimento do personagem, eu diria que mais do que um seriado para adolescente é um drama. Me atrevo a dizer que One tree hill tem a melhor trilha sonora de todos os seriados porque acompanhou a evolução do rock, do pop rock ao alternativo. Ainda que bem extensa e eclética, as músicas que parecem que foram feitas só para encaixar naquele episódio.
Minha mãe que não me ouça, mas acho que tá tomando o lugar do Friends. haha

Essa mensagem é do final da sexta temporada, está ligada ao começo do seriado, onde parte dela é citada e faz uma reflexão da diferença que os personagens sofreram.
"Take a look yourself in a mirror.
Who you see looking back? Is it the person you wanna be?
So, take a look that mirror and remind yourself to be happy. Because you deserve to be.
Believe that and believe the dreams come true every day. Because they do."

sexta-feira, fevereiro 18, 2011


Clarice na Cabeceira
Clarice Lispector
É uma seleção afetiva, feita por escritores, atrizes, cineastas, cantoras, críticos literários e jornalistas, de 22 contos dos livros: Laços de família (1960), A legião estrangeira (1964), Felicidade Clandestina (1971), A via crucis do corpo (1974), Onde estivestes de noite (1974) e A bela e a fera (1979). Cada personalidade escolheu um conto que marcou sua vida e fez um breve comentário sobre sua experiência como leitora de Clarice, ou mais especificamente, daquele conto.

Era uma época de total falta de inspiração, quando me encantei por Clarice. Andava desanimada pelo calor, procurando por um livro que me despertasse, até que, enfim, encontrei "Clarice na cabeceira". Esta foi uma aquisição muito feliz, e sem nem abrir o livro eu sentia essa felicidade, fui devorando e a cada conto minha impressão sobre aquela forma Clarice de escrever mudava. Ela tratava com uma beleza tão intrigante coisas pequenas e corriqueiras da vida de um Ser!
Será que escrever e entender aquelas palavras estava aquém de nós, meros mortais?
Particularmente, prefiro os contos mais apelativos, que lidam com questões sociais.
Todos deveriam ler e reler Clarice, pelo menos uma vez, não só por ela ser o segundo maior ícone da Literatura Brasileira, mas por uma questão de se permitir uma experiência de engrandecimento crítico.

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Girl, Interrupted


Girl, Interrupted é um filme teuto-estadunidense de 1999, dirigido por James Mangold. Winona Ryder interpreta Susanna Kaysen, uma garota que vai para um hospital psiquiátrico durante os anos 60. Baseado em livro de memórias homônimo, escrito por Susanna Kaysen.
Em 1967, após uma sessão com um psicanalista que nunca havia visto antes, Susanna Kaysen foi diagnosticada como vítima de Transtorno de Personalidade Limítrofe (ou borderline). Enviada para um hospital psiquiátrico, onde viveu nos dois anos seguintes, ela conhece um novo mundo, de jovens garotas sedutoras e transtornadas. Entre elas está Lisa Rowe, uma charmosa sociopata que organiza uma fuga com Susanna, Georgina e Polly, com o intuito de retomarem suas vidas.

Ícone entre os filmes cults, esse filme me chamou atenção faz um tempo. Ele aborda uma realidade chocante, baseada em drogas, sociopatia, transtornos mentais e suicídio. É um filme com apelo social, intrigante, envolvente e até divertido. Particularmente, não gosto da Winona e nem da Angelina Jolie, mas é inegável que a inocência e jovialidade da Susanna Kaysen e o brilhante humor da Lisa, quando pergunta sobre o "diagbóstico"; e com uma caneta na altura do pescoço dizendo que vai se matar furando a Aorta, me conquistaram. Além de tudo isso, o drama é acompanhado por uma trilha sonora deliciosa, como a música "Downtown" interpretada por Petula Clark.
Vale muito a pena! Tanto que acabei comprando o Dvd.

terça-feira, junho 22, 2010

Hello Saferide

É uma banda sueca formada pelas cantoras Annika Norlin e Maia Hirasawa. A banda foi formada pela cantora, compositora, jornalista e apresentadora de um programa de rádio Annika Norlin.
Tendo escrito canções no passado, ela finalmente acabou por gravar um disco como brincadeira e colocá-lo online. Rapidamente várias gravadoras manifestaram interesse no trabalho da moça, e em setembro de 2005 ela lançou “Introducing… Hello Saferide”.
Antes de conhecer qualquer coisa de rock alternativo ouvi muito falar de Hello Saferide mas escutar mesmo faz algum tempinho. Por ser sueca já mostra que é de qualidade, vocal feminino, voz doce, uma vibe acústica, letras fofas até dizer chega...Essa banda já tem um lugar cativo na minha setlist mas tem ganhado uma atenção especial desde que comecei a ouvir "Get sick soon" no loop praticamente todos os dias, não precisa nem se esforçar muito pra perceber o quanto e linda, profunda e meiga essa música!

"Oh, I love you! I wish you got the flu
So I could take care of you
Like you take care of me
I’m such a Florence, a real Florence Nightingale
I’ll fluff your pillows, I’ll buy you a Spiderman comic and read you
’til you fall asleep
Sleep on my shoulder!
I won’t wake you even if
My back turns crooked and I have to walk with a limp for a week
I’ll make you soup and none of that kind that you get in a jar cause I
know you don’t like those
Oh, I love you! I wish you got the flu
You’re the cutest thing I’ve ever seen ñ like a teddy bear on heroin
Come,
I’ll tuck you in tight and I’ll sing for you all night
All night
You can hold the remote, I won’t try to steal it
And the best cushion is yours and you can have your feet on me,
Even though I’m scared of feet and even though I had a hard day at work
Oh, I love you! I wish you got the flu
You can lay your weight on me and I’ll be your backbone
Lay your weight on me
You won’t have to worry"

sábado, maio 15, 2010

Mestre Sala dos Mares

Eu sempre falo que de música brasileira só gosto de Elis Regina, minha diva. Um dia ouvindo seu Cd "Perfil" comecei a entender uma letra, que antes despertava um pouco de aversão, e hoje é uma das minhas preferidas dela. Trata-se da música "Mestre Sala dos Mares" quem tem como tema João Cândido, líder da Revolta da Chibata.


João Cândido, o Almirante Negro


Na noite do dia 22 de novembro de 1910, Hermes da Fonseca recebe a notícia: os canhões de alguns dos principais navios de guerra da Marinha Brasileira apontam para a capital do Rio de Janeiro e para o próprio palácio de governo. As tripulações se rebelaram e tomaram os principais navios da frota.
Os motivos principais da Revolta eram simples: o descontentamento com os baixos soldos, a alimentação de má qualidade e, principalmente, os humilhantes castigos corporais.
A Marinha quer punir a insubordinação e a morte dos oficiais. O governo, contudo, cede. A ameaça à cidade e ao poder de Hermes da Fonseca são reais. Aprovam-se então medidas que acabam com as chibatadas.
Logo, no entanto, o governo trai a anistia. Os marinheiros começam a ser perseguidos. Surgem notícias de uma nova revolta, desta vez no quartel da Ilha das Cobras. João Cândido, embora não tenha participado do novo levante, também é preso e enviado para a prisão subterrânea da Ilha das Cobras.
João Cândido continuou na prisão, às voltas com os fantasmas da noite de terror. O jornalista Edmar Morel (1979, p. 182) registrou assim seu depoimento pessoal: "Depois da retirada dos cadáveres, comecei a ouvir gemidos dos meus companheiros mortos, quando não via os infelizes, em agonia, gritando desesperadamente, rolando pelo chão de barro úmido e envoltos em verdadeiras nuvens da cal. A cena dantesca jamais saiu dos meus olhos.".
Atormentado pela lembrança dos companheiros mortos, João Cândido é algum tempo depois internado em um hospício.
Aos poucos, ele se restabelece. É solto e expulso da Marinha. Os navios mercantes não o aceitam: nenhum comandante quer por perto um ex-presidiário, agitador, negro, pobre e talvez doido. João Cândido continuará contudo perto do mar, até morrer, em 1969, aos 89 anos de idade, como simples vendedor de peixe.

A música original de João Bosco e Aldir Blanci composta nos anos 70,foi censurada pela ditadura e gerou algumas ameaças, imortalizou João Cândido e a Revolta da Chibata. Como diz a música, seu monumento estará para sempre "nas pedras pisadas do cais". A mensagem de coragem e liberdade do "Almirante Negro" e seus companheiros resiste.


Trecho antes da censura:
"Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o almirante negro
Tinha a dignidade de um mestre sala
E ao navegar pelo mar com seu bloco de fragatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam das costas
dos negros pelas pontas das chibatas
Inundando o coração de toda tripulação
"

Essa letra tem um pouco de música, um pouco de história e um pouco de literatura, enfim, tudo que eu gosto! Na verdade, algumas coisas fiquei sabendo através de pesquisas para fazer essa resenha. Vale a pena baixar na voz da Elis e admirar um pouco essa letra, que confesso me apaixonei.